Você certamente já ouviu falar de “fotos de macro”, a forma mais popular de nos referirmos à macrofotografia. E, muito provavelmente, ouviu a expressão aplicada a imagens que, tecnicamente, não eram macros de verdade. Tudo porque, hoje em dia, usa-se o termo macro para qualquer foto bem próxima (em close-up, portanto) de objetos bem pequenos – como aquelas capturadas usando o modo simbolizado por uma florzinha na maioria das digitais compactas.
Pois saiba que, originalmente, para ser considerada macrofotografia, uma foto deve capturar uma imagem em que o objeto tenha, pelo menos, o mesmo tamanho que no mundo real. Ou seja, uma foto de uma mosca com 3mm de comprimento deve retratar o inseto com os mesmos 3mm ou mais. Se o tamanho do objeto na foto for igual ao do mundo real, temos uma macro 1:1. Se for o dobro, é 1:2, e por aí vai.
Ah, mas vale lembrar que tudo isso diz respeito ao tamanho da imagem no filme ou sensor, e não na foto impressa (quase sempre uma ampliação) ou na tela do computador. Como o sensor de uma compacta costuma ser pouco maior do que a própria mosca, já dá para imaginar por que as macros de verdade são tão raras neste tipo de câmera.
Por outro lado, as câmeras compactas são excelentes para fotografar objetos pequenos de bem perto – mesmo que, a rigor, a técnica devesse ser chamada de close-up, mas não de macro. Isso acontece graças à generosa profundidade de campo proporcionada pelas lentes de distancia focal real muito menor do que sua equivalência às câmeras de 35mm.
Na verdade, até as EVIL e a maioria das reflex digitais são melhores para closes e macros do que as câmeras de filme e as poucas DSLRs equipadas com sensores full-frame, de dimensões iguais às de um negativo de 35mm. Ironicamente, embora sensores maiores capturem imagem de melhor qualidade, quando o assunto é profundidade de campo, menos é mais. Câmeras com sensores grandes precisam de lentes específicas para macro, como a Canon EF 100mm Macro da foto ao lado, que custam, no mínimo, o preço de uma máquina compacta capaz de bons macros sem acessório algum.
Para entender por que isso acontece, imagine uma câmera Micro Four Thirds, cujo sensor tem a metade do tamanho de um fotograma de 35mm, resultando em um fator de conversão de 2X. Nessas câmeras, uma lente 50mm se comporta como uma 100mm sob quase todos os aspectos – exceto a profundidade de campo. Já se pensarmos numa compacta como a Canon SX30 IS, cuja lente 4,3-150,5mm equivale a uma 24-840mm (fator de conversão de 5,58X), temos o equivalente a 100mm com a lente ajustada para pouco menos de 18mm!
Como distancias focais (reais) maiores se traduzem em menos profundidade de campo, obter a aproximação de uma 100mm com uma 50mm ou uma 18mm representa um ganho e tanto em profundidade. Nem sempre essa profundidade de campo adicional é vantajosa – é por causa dela que as câmeras compactas não conseguem desfocar o fundo das fotos como as reflex. Mas para close-up e macros, é uma grande vantagem, já que não precisam das caras lentes especializadas.
Equipamento improvisado
Para quem não tem acesso a uma reflex com uma legítima lente macro, existem algumas alternativas para melhorar suas fotos de objetos pequenos. Se a câmera em questão aceitar filtros, é possível atarraxar um ou mais filtros de close-up à frente da lente, como se fossem óculos de leitura. O acréscimo de mais camadas de vidro diminui a qualidade da imagem e a luminosidade, mas funciona.
Para quem já tem uma reflex, mas não a lente macro, outra opção são tubos extensores, encaixados entre a câmera e uma lente comum para reduzir a distancia mínima de foco. Mas uma gambiarra ainda mais ousada é montar uma lente comum invertida – seja direto no corpo da máquina, com um anel inversor, seja à frente de uma outra lente, com um anel acoplador. Só tome cuidado para o peso da lente extra não danificar a outra.
Iluminação é um desafio à parte
Como a macrofotografia requer o uso de aberturas pequenas para maximizar a profundidade de campo, a cena precisa ser muito bem iluminada. Pior: o elemento frontal da lente costuma ficar tão próximo do objeto que projeta sua sombra sobre a imagem e impede o uso do flash embutido ou mesmo de um flash externo comum. Quando isso acontece, é hora de apelar para um flash de macro.
Os modelos mais comuns são os chamados flash circulares, com um orifício onde se encaixa a lente e um disco iluminado por múltiplos tubos fluorescentes ou leds. Mais recentemente, alguns fabricantes passaram a produzir também sistemas de iluminação para macro com leds montados em hastes flexíveis, que permitem que a luz seja direcionada a qualquer ponto da cena
FONTE: techtudo.com.br
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