Se você já ouviu falar em tilt-shift, é bem provável que o termo tenha sido associado a um certo tipo de fotografia em que cenas de verdade ganham a aparência de miniaturas, como se tivessem sido capturadas em uma cidade de brinquedo. O grupo Tilt-shift Miniature Fakes, do Flickr, e as 50 fotos selecionadas pela Smashing Magazine são uma boa referencia para imagens assim.
Só que, na verdade, tilt-shift é o nome de um tipo de lente desenvolvida para dar às câmeras reflex o mesmo controle sobre o foco disponível em suas antecessoras (aquelas de fole, por exemplo). Uma lente tilt-shift como a da foto ao lado, vendida nos EUA por quase US$ 2 mil, pode até ser usada para produzir aqueles efeitos de miniatura, mas não é para isso que ela foi inventada – muito pelo contrário
Não mencionei este detalhe quando escrevi sobre o foco das câmeras fotográficas, mas a verdade é que a distância em que a imagem aparecerá mais nítida não é um ponto, e sim um plano (porque, afinal, a imagem em si é um plano). Normalmente, como este plano é paralelo ao sensor, acaba não fazendo muita diferença. A não ser que a lente seja capaz de inclinar o plano de foco – justamente o significado do tilt na denominação das lentes em questão.
Já em relação ao shift, a idéia é deslocar a lente em relação à câmera de modo a enquadrar melhor o assunto sem precisar inclinar a câmera. Por que? Geralmente para evitar distorções por causa da perspectiva, principalmente em fotos de arquitetura. Sabe quando tiramos fotos de um prédio e ele parece inclinado para trás? É isso que o recurso de shift se propõe a evitar.
A ironia é que essas lentes, criadas para controlar distorção ou permitir que uma área maior da foto ficasse em foco, acabaram sendo usadas para desfocar propositalmente um pedaço da imagem – é o chamado foco seletivo, a razão de ser de acessórios como a divertida LensBaby, sobre a qual escreverei em uma futura coluna. Mas não se preocupe… na era digital, não é mais preciso gastar nem um centavo em lentes especiais só para simular miniaturas.
Como reproduzir o efeito tilt-shift digitalmente
As falsas miniaturas normalmente associadas às lentes tilt-shift têm três características básicas: foco extremamente seletivo, contraste elevado e saturação idem. Além disso, o ideal é começar com uma imagem tirada de cima para baixo, já que raramente uma miniatura de verdade é fotografada de outro ângulo. Em nosso exemplo, usaremos esta vista do Rio Tâmisa, em Londres, capturada do alto da roda-gigante London Eye.
No Photoshop, usamos a ferramenta de Quick Mask junto com a de Gradient (o famoso degradê) para selecionar a área que deverá ficar em foco (mais ou menos a altura do barco em primeiro plano) e aplicamos o filtro de Lens Blur, para desfocar todo o resto (com uma transição suave proporcionada pelo degradê). Depois, é só aumentar a saturação e o contraste para obter o seguinte resultado:
Gostou? Que tal, então, fazer a mesma coisa de uma maneira ainda mais fácil, que dispensa até o Photoshop? Basta acessar o site TiltShiftMaker, fazer o upload da foto e se divertir com os ajustes de foco, saturação e assim por diante – tudo online, como no exemplo ao lado. Para fazer o download do resultado em alta resolução é preciso pagar US$ 5, mas dá para se divertir bastante com a ferramenta sem pagar nada.
Já se a câmera que você mais usa é a do iPhone, não faltam opções de aplicativos que produzem efeitos de tilt-shift. De nome mais do que óbvio, o TiltShift, da Imimux, é um dos mais flexíveis, com diversos formatos de abertura, mas o que mais impressiona é o TiltShift Video, de Fidel Lainez, capaz de produzir o efeito nos filmes capturados com o aparelho.
FONTE: techtudo.com.br
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