quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Panning: um divertido efeito para fotos em movimento

A forma mais simples de obtê-los é deixar a câmera parada, idealmente em um tripé, enquanto o objeto a ser fotografado se move à sua frente. A velocidade vai depender da situação: quanto mais rápido o movimento que se deseja capturar, menos será preciso diminuir a velocidade.


Panning
Mas existe uma outra forma bem mais divertida, ainda que muito mais difícil, de capturar movimento: o panning. Neste caso, em vez de manter a câmera fixa, você terá que movê-la para acompanhar a passagem do sujeito da foto. O resultado, quando o panning é bem feito, será um sujeito nítido sobre um fundo borrado, geralmente com linhas na direção do movimento. Sabe aquelas fotos de corridas de automóveis, em que só o carro parece estar em foco? São ótimos exemplos de panning.
Para nós, amadores, o segredo do panning é ter muita paciência. Para capturar as duas imagens que ilustram esta coluna (e que estão longe de estarem perfeitas), eu devo ter tirado quase cem fotos. Na maioria delas, ou a imagem está totalmente borrada, ou sequer consegui enquadrar o sujeito da foto. Ainda bem que a fotografia digital acabou com os limites da tentativa e erro.

Algumas dicas que ajudam são usar o foco manual, quando disponível, pré-ajustado para o ponto onde o sujeito vai passar, colocar a câmera no modo de disparo contínuo e começar a acompanhar o objeto a ser fotografado algum tempo antes de ele passar por você, para o movimento da câmera ser mais contínuo. Dependendo de quantas fotos a sua câmera conseguir capturar em sequência, pode “largar o dedo” desde o início do movimento ou esperar o sujeito chegar mais perto.


Panning
Se você não tive um amigo disposto a passar pedalando na sua frente dezenas de vezes, uma boa forma de treinar o panning é ir para uma rua relativamente movimentada e ficar fotografando os carros que passam. Ou, melhor ainda, ir a um parque de diversões e ficar ao lado de qualquer brinquedo que tenha movimentos contínuos, como um carrossel.


Como diminuir a velocidade

Um obstáculo para quem quer experimentar fotografar em baixa velocidade é que a maioria das câmeras mais simples não oferece ajustes manuais. Mesmo assim, às vezes dá para improvisar. Se a câmera tiver ajuste de sensibilidade (ISO), que normalmente fica no modo automático, trate de colocá-lo no menor valor possível – geralmente ISO 100 ou inferior. Com menor sensibilidade à luz, a câmera será obrigada a diminuir a velocidade.

É bom lembrar que essa dica vale também para as câmeras com modo manual, pois em ambientes muito iluminados pode não ser possível reduzir a velocidade o suficiente sem superexpor (ou “estourar”, como se diz no meio) a foto.  E como fotos estouradas têm muito menos informação do que as subesxpostas, que às vezes até dá para recuperar no computador, é preciso evitar o problema na hora da captura.

Se, mesmo com ISO e abertura no mínimo, a cena continuar clara demais para a velocidade que você quer usar, a solução pode ser um filtro de densidade neutra (ND). Algumas câmeras avançadas até oferecem este recurso digitalmente, mas o mais comum são mesmo os filtros tradicionais, atarrachados à frente da lente. Entre outras coisas, são ótimos para fotografar cachoeiras, dando aquele efeito de “véu” mesmo em paisagens bem iluminadas.


FONTE: techtudo.com.br



HDR: o colorido universo das fotos com grande latitude de exposição

Há duas semanas discutimos as limitações de latitude de exposição das câmeras digitais e, na semana passada, explicamos como começar a contornar o problema usando a técnica de bracketing ou fotografando em modo RAW. Pois agora é o momento de juntar tudo isso nas chamadas fotos HDR, abreviatura de High Dynamic Range, de alta latitude de exposição. Dê só uma olhada nas fotos do grupo dedicado a HDR no Flickr, como esta aqui, de autoria de Jan Sefti, reproduzida sob licença Creative Commons:

Exemplo de imagem HDR por Jan Sefti


Fotos assim tanto podem ser obtidas através da combinação de múltiplas imagens capturadas com diferentes exposições (isso mesmo, usando bracketing), quanto do pós processamento de arquivos RAW, que por si só já permitem algum ajuste da exposição. De um jeito ou de outro, o resultado almejado são fotos em que os detalhes da cena estejam presentes tanto nas áreas de sombra quanto de luz.
Uma ótima referencia para quem pretende se aprofundar no universo das fotos HDR e domina bem o inglês é a série Art of HDR Photography, de Uwe Steinmueller, assim como todos os outros artigos sobre o assunto que o fotógrafo já publicou em seu site. Mas para quem só quer ter uma idéia de como a técnica funciona e fazer algumas experiências, espero que esta coluna sirva como um ponto de partida.
Em tempo: fotografia HDR é frequentemente associada a imagens supercoloridas, às vezes um tanto psicodélicas e artificiais. Sim, estes efeitos podem ser obtidos com a técnica, mas também podem ser simulados com filtros que só dão um “visual HDR” sem realmente aumentar a latitude de exposição. Da mesma forma, fotos HDR não precisam necessariamente ter esse aspecto exagerado – só não podem ter detalhes perdidos nas sombras e luzes.

Como criar uma imagem HDR

Alem de uma sequência de arquivos com exposições variadas como a que geramos com o bracketing, produzir uma foto HDR requer um programa capaz de fundir as imagens. O poderoso Adobe Photoshop já faz isso há algum tempo através do recurso “Merge to HDR”, mas foi apenas na versão CS5 que a Adobe passou a oferecer ferramentas mais completas para criar essas imagens.
Só que o Photoshop está longe de ser a única opção para criar HDRs. Programas dedicados, como o HDR Efex Pro, da Nik Software; o HDR Express, da Unified Color; e o Photomatix, da HDRsoft, produzem excelentes resultados (até melhores que os das versões CS4 e anteriores do Photoshop) e, dependendo das suas necessidades, podem sair bem mais barato.
Na tela abaixo, usamos o Photomatix Pro 4 para fundir as cinco imagens do pinheirinho que apareceram no exemplo de bracketing da coluna anterior, mas se você quiser brincar com o programa antes de sair fotografando especialmente para isso, pode baixar do próprio site da HDRsoft alguns pacotes de 3 fotos, como estas de Veneza, bem mais profissionais.

Processamento de HDR com o Photomatix


Se as fotos em questão tiverem sido capturadas com o uso de um tripé e sem movimentos na cena, a fusão automática pode funcionar de primeira, com as configurações padrão do programa. Neste caso, basta escolher um dos modos predefinidos ou brincar com os ajustes de contraste e saturação até obter um resultado que lhe agrade.
Quando existem leves variações de enquadramento e/ou objetos que se moveram entre uma foto e outra, é importante ativar a opção de alinhamento pela justaposição de elementos (matching features) e a redução de “fantasmas” (ghosting artifacts) nas opções de pré-processamento. Já se as fotos originais são RAW, sem filtro de ruído, ou simplesmente a sua câmera gera muito ruído, trate de ativar a opção correspondente (reduce noise).

Pré-processamento de imagem HDR

Sem saída

Uma aparente contradição da fotografia HDR é que, nem os monitores de computador comuns, nem as impressoras fotográficas são capazes de reproduzir a profundidade de cor armazenada nos arquivos de 32 bits que estamos criando. Os JPGs comuns, de 8 bits, também não. Ora, de que adianta ter esse trabalho todo, então, se não há como “dar saída” para tanta informação?
É aí que entra o recurso do mapeamento tonal (tone mapping), quase sempre usado na hora de gravar ou exportar uma imagem processada em HDR. Não vou discutir os detalhes técnicos dessa prática (até porque, honestamente, só entendo uma parte deles), mas basta saber que, em linhas gerais, ela explora características da visão humana para nos convencer de que estamos vendo um contraste maior do que seria possível exibir em determinada mídia.
Entre outras coisas, o mapeamento tonal se vale da percepção do contraste local (entre áreas próximas da imagem) em oposição ao contraste global (da foto como um todo).  E se a fotografia HDR como conhecemos hoje só faz sentido no ambiente digital, a técnica de mapeamento tonal vem dos tempos do filme. Quem sabe não volto a este assunto em uma futura coluna?


FONTE: techtudo.com.br



Lentes tilt-shift e miniaturas simuladas

Se você já ouviu falar em tilt-shift, é bem provável que o termo tenha sido associado a um certo tipo de fotografia em que cenas de verdade ganham a aparência de miniaturas, como se tivessem sido capturadas em uma cidade de brinquedo. O grupo Tilt-shift Miniature Fakes, do Flickr, e as 50 fotos selecionadas pela Smashing Magazine são uma boa referencia para imagens assim.
Lente tilt-shift da Nikon

Só que, na verdade, tilt-shift é o nome de um tipo de lente desenvolvida para dar às câmeras reflex o mesmo controle sobre o foco disponível em suas antecessoras (aquelas de fole, por exemplo). Uma lente tilt-shift como a da foto ao lado, vendida nos EUA por quase US$ 2 mil, pode até ser usada para produzir aqueles efeitos de miniatura, mas não é para isso que ela foi inventada – muito pelo contrário

Não mencionei este detalhe quando escrevi sobre o foco das câmeras fotográficas, mas a verdade é que a distância em que a imagem aparecerá mais nítida não é um ponto, e sim um plano (porque, afinal, a imagem em si é um plano). Normalmente, como este plano é paralelo ao sensor, acaba não fazendo muita diferença. A não ser que a lente seja capaz de inclinar o plano de foco – justamente o significado do tilt na denominação das lentes em questão.

Já em relação ao shift, a idéia é deslocar a lente em relação à câmera de modo a enquadrar melhor o assunto sem precisar inclinar a câmera. Por que? Geralmente para evitar distorções por causa da perspectiva, principalmente em fotos de arquitetura. Sabe quando tiramos fotos de um prédio e ele parece inclinado para trás? É isso que o recurso de shift se propõe a evitar.
A ironia é que essas lentes, criadas para controlar distorção ou permitir que uma área maior da foto ficasse em foco, acabaram sendo usadas para desfocar propositalmente um pedaço da imagem – é o chamado foco seletivo, a razão de ser de acessórios como a divertida LensBaby, sobre a qual escreverei em uma futura coluna. Mas não se preocupe… na era digital, não é mais preciso gastar nem um centavo em lentes especiais só para simular miniaturas.

Como reproduzir o efeito tilt-shift digitalmente

As falsas miniaturas normalmente associadas às lentes tilt-shift têm três características básicas: foco extremamente seletivo, contraste elevado e saturação idem. Além disso, o ideal é começar com uma imagem tirada de cima para baixo, já que raramente uma miniatura de verdade é fotografada de outro ângulo. Em nosso exemplo, usaremos esta vista do Rio Tâmisa, em Londres, capturada do alto da roda-gigante London Eye.

Imagem original


No Photoshop, usamos a ferramenta de Quick Mask junto com a de Gradient (o famoso degradê) para selecionar a área que deverá ficar em foco (mais ou menos a altura do barco em primeiro plano) e aplicamos o filtro de Lens Blur, para desfocar todo o resto (com uma transição suave proporcionada pelo degradê). Depois, é só aumentar a saturação e o contraste para obter o seguinte resultado:

Imagem com aparência de miniatura


TiltShiftMaker produz o efeito online
Gostou? Que tal, então, fazer a mesma coisa de uma maneira ainda mais fácil, que dispensa até o Photoshop? Basta acessar o site TiltShiftMaker, fazer o upload da foto e se divertir com os ajustes de foco, saturação e assim por diante – tudo online, como no exemplo ao lado. Para fazer o download do resultado em alta resolução é preciso pagar US$ 5, mas dá para se divertir bastante com a ferramenta sem pagar nada.

Já se a câmera que você mais usa é a do iPhone, não faltam opções de aplicativos que produzem efeitos de tilt-shift. De nome mais do que óbvio, o TiltShift, da Imimux, é um dos mais flexíveis, com diversos formatos de abertura, mas o que mais impressiona é o TiltShift Video, de Fidel Lainez, capaz de produzir o efeito nos filmes capturados com o aparelho.



FONTE: techtudo.com.br



Light painting: pinturas de luz esbanjam criatividade desde Picasso até a foto digital

Você já ouviu falar em light painting? Esta técnica fotográfica, literalmente traduzida como “pintura de luz”, existe há pelo menos 60 anos: lá nos idos de 1949, o célebre fotografo Gjon Mili capturou uma série de emblemáticas pinturas de luz do não menos famoso Pablo Picasso, atualmente expostas numa galeria virtual da Life:

Reprodução da revista Life

Assim como várias outras técnicas, o light painting vem se popularizando na última década graças às câmeras digitais – vide o sucesso de grupos como o Light Painting – The Real Deal, no Flickr, e de coletâneas como esta da Tripwire. Afinal, agora é muito mais fácil conferir se o experimento está dando certo e corrigir detalhes, sem precisar esperar a revelação do filme.
Existem dois tipos de pinturas de luz: aquelas em que a iluminação é apontada direto para a câmera, criando rastros luminosos como tubos de neon, e outras mais sutis, em que a fonte de luz é usada para iluminar seletivamente uma imagem. Em outras palavras, no primeiro tipo a própria luz se torna o assunto da foto, enquanto no segundo, ela só revela ou destaca detalhes do assunto.
A maioria das fotos das galerias mencionadas acima são do primeiro tipo, talvez porque seja a técnica mais fácil de executar e com resultados mais chamativos. Nela, tanto se pode mover as fontes de luz diante da câmera, quanto mover a própria câmera, como neste exemplo em que o americano Kevin Dooley ficou andando com a sua máquina ao redor de uma árvore de Natal:

Reproduzida sob licença Creative Commons

Uma experiência bem mais radical é o chamado camera toss, em que o fotógrafo arremessa a câmera para o alto e deixa o acaso e a gravidade decidirem a imagem que será capturada. Como isso geralmente é feito no escuro, para registrar trilhas de luzes, não deixa de ser um exemplo de light painting em que é a câmera que se move. Só que se você não tomar cuidado, pode se tornar um passatempo meio caro.
Por mais que essas imagens abstratas sejam divertidas, no entanto, os melhores exemplos de light painting são como as obras de Mili e Picasso: desenhos luminosos relativamente concretos. E você não precisa nem saber desenhar a mão livre (e às cegas) – basta traçar o contorno de algum objeto para obter efeitos interessantíssimos, como a “guitarra elétrica” do inglês Sean Rogers:

Reproduzida sob licença Creative Commons

A guitarra, na verdade, pode até ser considerada um híbrido dos dois tipos de light painting que citei no início da coluna, já que a mesma luz que deixou o rastro ao seu redor serviu para realçar detalhes do instrumento em um ambiente originalmente escuro. Se a fonte de luz não tivesse sido apontada para a lente, não haveria o rastro e o resultado seria semelhante à imagem desses suculentos tomates capturados pelo italiano Marco Fillinesi:

Reproduzida sob licença Creative Commons

Confesso que gosto mais desses exemplos mais sutis (e raros) de pintura de luz, em que o desafio está mais em obter uma iluminação agradável como a dos retratos tradicionais – vide os exemplos da “garota tímida” capturada pela alemã Geraldine  Feltekatze – do que em criar efeitos especiais.

Reproduzida sob licença Creative Commons

Mas claro que isso é só minha opinião pessoal e não significa que eu não aprecie também os light paintings mais ousados, como os que um grupo de estudantes criou usando um monte de aspiradores de pó robôs Roomba. Aliás, agora estou pensando em amarrar uns leds no rabo da nossa cadela para ver no que dá.

Experimente o light painting
Para criar suas próprias pinturas de luz, você vai precisar de uma câmera capaz de registrar exposições longas e de uma ou mais fontes de luz como pequenas lanternas, aqueles chaveiros com leds ou até velas. Alem, é claro, de um ambiente suficientemente escuro e, na maioria dos casos, de um tripé ou outro tipo de apoio para manter a câmera parada enquanto você vai “pincelando” a cena com a sua lanterna ou coisa parecida.
A velocidade a ser usada vai depender muito das condições do ambiente e da intensidade das fontes de luz, então experimente começar em torno de um ou dois segundos e ir aumentando até ficar satisfeito com o resultado. Para a câmera não captar luz demais, tome o cuidado de configurar a sensibilidade (ISO) para um valor baixo e, se possível, escolher uma abertura intermediária.
Outro detalhe importante é o foco: se a câmera contar com foco manual, o ideal é ajustá-lo antecipadamente, para evitar que o autofoco “mire” no lugar errado ou, nas fotos abstratas, que uma câmera desfocada acabe captando muito mais luz do que o desejado. Por fim, se a câmera for ficar parada, use aquele recurso de disparo automático, apos uma contagem regressiva, para ter certeza de que o apertar do disparador não vai fazê-la tremer.



FONTE: techtudo.com.br



Macrofotografia: fotos dos mínimos detalhes


Símbolo do modo macro ou close-upVocê certamente já ouviu falar de “fotos de macro”, a forma mais popular de nos referirmos à macrofotografia. E, muito provavelmente, ouviu a expressão aplicada a imagens que, tecnicamente, não eram macros de verdade. Tudo porque, hoje em dia, usa-se o termo macro para qualquer foto bem próxima (em close-up, portanto) de objetos bem pequenos – como aquelas capturadas usando o modo simbolizado por uma florzinha na maioria das digitais compactas.

Fly macro - foto de Louise DockerPois saiba que, originalmente, para ser considerada macrofotografia, uma foto deve capturar uma imagem em que o objeto tenha, pelo menos, o mesmo tamanho que no mundo real. Ou seja, uma foto de uma mosca com 3mm de comprimento deve retratar o inseto com os mesmos 3mm ou mais. Se o tamanho do objeto na foto for igual ao do mundo real, temos uma macro 1:1. Se for o dobro, é 1:2, e por aí vai.
Ah, mas vale lembrar que tudo isso diz respeito ao tamanho da imagem no filme ou sensor, e não na foto impressa (quase sempre uma ampliação) ou na tela do computador. Como o sensor de uma compacta costuma ser pouco maior do que a própria mosca, já dá para imaginar por que as macros de verdade são tão raras neste tipo de câmera.
Por outro lado, as câmeras compactas são excelentes para fotografar objetos pequenos de bem perto – mesmo que, a rigor, a técnica devesse ser chamada de close-up, mas não de macro. Isso acontece graças à generosa profundidade de campo proporcionada pelas lentes de distancia focal real muito menor do que sua equivalência às câmeras de 35mm.

Canon EF 100mm MacroNa verdade, até as EVIL e a maioria das reflex digitais são melhores para closes e macros do que as câmeras de filme e as poucas DSLRs equipadas com sensores full-frame, de dimensões iguais às de um negativo de 35mm. Ironicamente, embora sensores maiores capturem imagem de melhor qualidade, quando o assunto é profundidade de campo, menos é mais. Câmeras com sensores grandes precisam de lentes específicas para macro, como a Canon EF 100mm Macro da foto ao lado, que custam, no mínimo, o preço de uma máquina compacta capaz de bons macros sem acessório algum.
Para entender por que isso acontece, imagine uma câmera Micro Four Thirds, cujo sensor tem a metade do tamanho de um fotograma de 35mm, resultando em um fator de conversão de 2X. Nessas câmeras, uma lente 50mm se comporta como uma 100mm sob quase todos os aspectos – exceto a profundidade de campo. Já se pensarmos numa compacta como a Canon SX30 IS, cuja lente 4,3-150,5mm equivale a uma 24-840mm (fator de conversão de 5,58X), temos o equivalente a 100mm com a lente ajustada para pouco menos de 18mm!
Como distancias focais (reais) maiores se traduzem em menos profundidade de campo, obter a aproximação de uma 100mm com uma 50mm ou uma 18mm representa um ganho e tanto em profundidade. Nem sempre essa profundidade de campo adicional é vantajosa – é por causa dela que as câmeras compactas não conseguem desfocar o fundo das fotos como as reflex. Mas para close-up e macros, é uma grande vantagem, já que não precisam das caras lentes especializadas.

Equipamento improvisado
Para quem não tem acesso a uma reflex com uma legítima lente macro, existem algumas alternativas para melhorar suas fotos de objetos pequenos. Se a câmera em questão aceitar filtros, é possível atarraxar um ou mais filtros de close-up à frente da lente, como se fossem óculos de leitura. O acréscimo de mais camadas de vidro diminui a qualidade da imagem e a luminosidade, mas funciona.
Para quem já tem uma reflex, mas não a lente macro, outra opção são tubos extensores, encaixados entre a câmera e uma lente comum para reduzir a distancia mínima de foco. Mas uma gambiarra ainda mais ousada é montar uma lente comum invertida – seja direto no corpo da máquina, com um anel inversor, seja à frente de uma outra lente, com um anel acoplador. Só tome cuidado para o peso da lente extra não danificar a outra.



Iluminação é um desafio à parte
Anel inversor da NovoflexComo a macrofotografia requer o uso de aberturas pequenas para maximizar a profundidade de campo, a cena precisa ser muito bem iluminada. Pior: o elemento frontal da lente costuma ficar tão próximo do objeto que projeta sua sombra sobre a imagem e impede o uso do flash embutido ou mesmo de um flash externo comum. Quando isso acontece, é hora de apelar para um flash de macro.



Flash circular EM-140 DG, da SigmaOs modelos mais comuns são os chamados flash circulares, com um orifício onde se encaixa a lente e um disco iluminado por múltiplos tubos fluorescentes ou leds. Mais recentemente, alguns fabricantes passaram a produzir também sistemas de iluminação para macro com leds montados em hastes flexíveis, que permitem que a luz seja direcionada a qualquer ponto da cena


FONTE: techtudo.com.br




terça-feira, 31 de maio de 2011

Regras da composição fotográfica


Falar sobre câmeras fantásticas ou técnicas inovadoras de edição de imagem pode ser divertido, mas algumas das lições mais importantes no mundo da fotografia não envolvem praticamente tecnologia nenhuma. Hoje vamos falar sobre as mais básicas e comuns regras de composição fotográfica: se você dominá-las, conseguirá transformar uma simples foto casual em algo maior e muito mais atraente. E elas são tão simples que mesmo o mais iniciante entre os fotógrafos pode seguí-las.

Siga a “regra dos terços”

Muitas pessoas podem já ter alguma familiaridade com essa regra, já que ela é simplesmente onipresente: todos os filmes e programas de TV fazem uso constante dela, e também os fotógrafos profissionais sem exceção. Em resumo, a regra diz que suas fotos serão mais interessantes se o assunto principal não estiver no centro da imagem, mas sim fora dele: à direita, à esquerda, acima ou abaixo.
Para entendê-la, imagine duas linhas verticais cruzando a imagem, dividindo-a em três partes iguais. Imagine também duas linhas horizontais. Com isso ela irá se parecer com um tabuleiro de jogo da velha, como abaixo:

composicao_tercos-360px.jpg
Divida mentalmente a imagem em "terços", e evite colocar o assunto no centro

O segredo está em posicionar o assunto principal da foto em qualquer um dos pontos de intersecção das linhas, ou ao longo de uma delas, como os pássaros na foto abaixo. E se você tem uma câmera moderna, talvez nem precise imaginar as linhas: a maioria tem uma opção para exibir na tela uma “grade”, que são justamente as linhas-guia usadas na regra dos terços. Consulte o manual da sua.

composicao_passaros-360px.jpg


Tire proveito das diagonais.

Mais um truque usando linhas: se você quiser adicionar um ar dramático à sua foto, procure uma forma de incluir uma linha diagonal. Trace mentalmente uma linha de um canto ao outro da cena, e procure algum elemento que siga mais ou menos ela. Isto deixará sua foto mais dinâmica e adicionará energia à cena, como se estivesse “puxando” o observador para dentro dela. A diagonal pode atravessar a imagem inteira, mas isso não é necessário. O mesmo efeito pode ser obtido com uma diagonal parcial, como abaixo:

composicao_diagonal-360px.jpg
A diagonal (marcada em laranja) deixa a imagem mais dinâmica


Quebre a monotonia

Esta é divertida: você sem dúvida já viu fotos em que a maior parte da cena está preenchida com mais ou menos a mesma coisa: um campo gramado, uma pilha de moedas, pedras, peixes ou estrelas no céu. Estas fotos seriam realmente monótonas se isso fosse tudo, mas geralmente o fotógrafo incorpora à cena um elemento “fora do lugar” que atrai seu olhar como um imã. Tendo isto em mente, a regra diz que você deve procurar cenas em sua maioria uniformes, e então quebrar o padrão com um elemento que perturbe seu fluxo ou organização naturais.

As flores no meio das lápides


Procure a simetria, e então perturbe-a

Regras foram feitas para serem quebradas. A regra da simetria visa capturar a simetria encontrada na natureza, e há várias formas de fazer isso. Você pode fotografar uma cena em que as duas metades da foto são basicamente idênticas, por exemplo. Ou fazer uma foto de um objeto que já é naturalmente simétrico, como uma flor.
Mas as coisas ficam melhores quando você incorpora à regra o que aprendeu sobre monotonia e decide “apimentar” a cena com algumas variações. Surpreenda o espectador tornando um lado da imagem não-simétrico ou, como neste exemplo, perturbe a simetria de uma flor colocando apenas parte dela na cena.

composicao_simetria-360px.jpg
Fotografe apenas parte de uma flor para quebrar a simetria e chamar a atenção


Posicione o movimento “dentro” do quadro

Uma das coisas que mais gosto de fotografar são cenas em movimento. Gosto de capturar a essência da velocidade e energia no que é por definição uma forma de arte estática. Mas é importante saber como introduzir movimento em sua foto. Ao fotografar um carro em movimento, um avião, um bando de pássaros ou um cachorro correndo, faça com que o movimento aponte para “dentro” da cena, e não para fora dela.
Trocando em miúdos: coloque o objeto fotografado nas extremidades da cena (no primeiro ou último terço, por exemplo) e apontando para o centro do quadro, dando “espaço” para o movimento. Veja o exemplo abaixo.

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O cavalo está em uma das extremidades, e se move rumo ao "centro" do quadro



sábado, 7 de maio de 2011

6 dicas para tirar lindas fotos

Muitas vezes fazemos viagens maravilhosas e visitamos lugares incríveis, com paisagens lindas ou monumentos históricos e nada mais natural que querer registrar cada momento da viagem, então tiramos várias fotografias com nossas câmeras digitais e quando retornamos para casa e revemos as fotografias percebemos que não ficaram tão boas assim, ou seja, a fotográfica não capitou toda a beleza do local. Existem varias técnicas e macetes para fotografar melhor, varias configurações e equipamentos, selecionei algumas dicas fáceis de utilizar para pessoas com qualquer tipo de maquina fotográfica, com certeza melhorarão muito suas fotos. 
 

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A HORA MÁGICA

É a hora em que podemos captar as cores mais intensas da paisagens, temos os efeitos das sombras suaves e contraste e saturação perfeitos. Mas que hora é essa? Bem não é exatamente um horário especifico, mas aproximadamente meia hora antes do por do sol ou se você gosta de acordar cedo meia hora antes do nascer do sol, neste pequeno período a incidência da luz muda muito rapidamente criando varias nuances belas e diferentes.

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Nascer do Sol


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Pôr do Sol






FUJA DO CLICHÊ
Colocar o assunto no meio da foto é comum, tirar fotos de pessoas, monumentos enquadrando bem no meio da foto, experimente colocar a pessoa em um canto do enquadramento e captar o ambiente também, o mesmo vale para coisas, por exemplo, você pode captar uma construção ou monumento enquadrando-o no canto da fotografia, os outros elementos que saírem nas fotos mostrarão de maneira mais realista o tamanho do monumento em relação ao conjunto e a harmonia entre eles.



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CONHEÇA SEU EQUIPAMENTO
É preciso conhecer as configurações de sua câmera, mesmo não sendo sofisticada, a maioria das câmeras tem ajuste de cores e de “brancura”  experimente alterar um pouco as configurações principalmente para dias muito ensolarados a ordem é experimentar, além disto sua câmera com certeza oferece outros recursos leia o manual!


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ENTENDA O FLASH
Parece incrível, mas às vezes o dia está ensolarado e vamos tirar uma foto contra o sol e o retrato sai escurecido, o mesmo vale quando tiramos fotos de algo com uma fonte de luz ao fundo, a fonte de luz ou a luz do sol ficam brilhantes e o assunto da foto escurecido, nessas horas pode-se usar o flash mesmo de dia para captar tudo e não deixar que a fonte de luz mate a foto é o que chamamos de flash de preenchimento. Flash desnecessário, o flash só alcança uma distância de aproximadamente 5 metros mais que isso não adianta… na hora de fotografar shows e espetáculos não é necessário flash, a luz do palco é suficiente, o flash só vai deixar as cabeças das pessoas a sua frente mais brancas.


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FIRMEZA
É muito chato percebemos que tiramos um monte de fotos borradas e tremidas por simples falta de firmeza na hora de capturar a imagem então não se esqueça de segurar sempre a câmera com as duas mãos, use um mini tripé, apoie os braços no peito e aperte o botão com suavidade para não tremer.


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MEXA-SE
Você só tira fotos de pé… então está na hora de se mexer, tente tirar fotos de outros ângulos além dos usuais, abaixe, deite no chão, tire a foto por cima, com certeza você encontrara perspectivas incríveis.



quinta-feira, 28 de abril de 2011

Foco: a busca por fotos mais nítidas


Muitas vezes aquelas fotos pouco nítidas eram resultado de uma tremida na hora do clique. Mas também é comum nos referirmos a todas essas fotos meio borradas como “fora de foco”, ainda que isso nem sempre seja verdade. Mas, afinal, o que exatamente é o tão falado foco e como as câmeras fazem para encontrá-lo?

Foco


Embora possa significar várias outras coisas, no campo da ótica, foco é o ponto onde os raios de luz provenientes de um determinado ponto do objeto convergem. Em outras palavras, é onde a imagem de um ponto continua sendo um ponto, sem perda de nitidez. Fora desta distancia ideal, a imagem começa a ficar borrada e o ponto vai se transformando em uma mancha maior.

Exemplo de Bokeh
Um detalhe interessante é que essa “mancha” não é necessariamente um círculo. Na verdade, ela tem o formato da abertura da lente, que pode ser circular mas frequentemente se parece mais com um pentágono, quando o diafragma tem cinco lâminas. Isso fica especialmente evidente quando o fotógrafo deliberadamente desfoca o fundo de uma imagem, fazendo os pontos mais brilhantes se transformarem em manchas arredondadas – o chamado bokeh. E é por causa dele que muita gente prefere lentes com diafragmas de mais lâminas.
Na prática, há uma certa tolerância tanto à frente quanto atrás do ponto ideal em que a imagem continua razoavelmente nítida – é a tal profundidade de campo sobre a qual falamos na coluna sobre velocidade e abertura. Para quem não lembra, quanto menor a abertura, maior a tolerância do foco, motivo pelo qual as tais focos de fundo desfocado só são possíveis com aberturas maiores e são tão difíceis de produzir com câmeras compactas.

Como a câmera encontra o foco?

No tempo da fotografia convencional, as câmeras lidavam com o foco basicamente de três formas: com lentes de foco fixo, com foco manual ou com foco automático. As lentes de foco fixo, as mais usadas em câmeras baratas e ainda hoje presentes nos modelos descartáveis e na maioria dos celulares, têm o foco permanentemente ajustado para o infinito. Como elas dependem quase que totalmente da tolerância da profundidade de campo, são ruins para capturar imagens de objetos próximos. Sem falar que a nitidez nunca será a mesma. Por outro lado, são as mais baratas de produzir e, por não terem partes móveis, não precisam de energia.
Com o foco manual, é o fotografo que precisa encontrar o ajuste ideal da lente, geralmente girando um anel à sua volta ou, no caso das digitais compactas, acionando um par de botões nada práticos. Já no foco automático, ou simplesmente autofoco, é a câmera que se encarrega disso. Na época do filme, algumas câmeras chegaram a usar ultra-som e infravermelho para medir a distancia até o objeto, no chamado autofoco ativo (não confunda com aquela luzinha usada para ajudar no foco, que só ilumina a cena), mas a maioria, inclusive as digitais, se vale de sensores integrados ao conjunto ótico – o autofoco passivo.

Phase detection ou contrast measurement?

Nas câmeras digitais, o autofoco passivo pode funcionar de duas formas: detecção de fase ou avaliação de contraste. Os modelos reflex costumam usar a primeira técnica, que se vale de prismas e espelhos para separar a imagem em duas – uma proveniente de cada extremidade da lente – e comparar a intensidade da luz em cada uma delas. Com o resultado, a câmera “sabe” se precisa afastar ou aproximar o foco para obter o resultado ideal.
Já nos modelos compactos, com raras exceções, a técnica empregada é a medida do contraste. Neste caso, a câmera avalia o contraste entre pixels adjacentes e vai ajustando o foco até encontrar o maior contraste possível. Como fotos nítidas têm mais contraste que as borradas, justamente por causa da transformação de um ponto em uma mancha sem nitidez mencionada acima, a técnica costuma produzir bons resultados.
O grande problema da medida de contraste é que a câmera nunca sabe se deve afastar ou aproximar o foco para melhorar a nitidez, o que faz com que a lente fique “caçando” o foco por mais tempo. Além disso, em fotos escuras ou com pouco contraste, a câmera pode não conseguir encontrar o foco. E, naturalmente, como depende do sensor de imagem, este método não era viável no tempo das câmeras de filme – o que explica porque o foco fixo era tão comum, até em modelos mais caros. Ainda bem que isso tudo ficou para trás!



Como evitar olhos vermelhos

O problema é tão comum que, hoje em dia, não existe mais câmera que não ofereça algum tipo de “redutor de olhos vermelhos”. Estes recursos vão de uma luz auxiliar ou aquela piscada do flash antes da captura da foto até correções digitais, realizadas na própria câmera, depois que o estrago está feito. E, se a câmera não corrigir, não faltam opções de programas de tratamento de imagem que, com maior ou menor eficiência, prometem eliminar os desagradáveis olhos vermelhos.

Olhos vermelhos
Melhor do que consertar, no entanto, é evitar. E, para isso, precisamos entender por que algumas fotos com flash provocam olhos vermelhos e outras, não.  Como todos devem imaginar, o problema é causado pelo reflexo da luz do flash no fundo dos nossos olhos, onde a grande concentração de vasos sanguíneos ajuda a produzir a coloração vermelha. Para combater os olhos vermelhos, então, é preciso impedir que esse reflexo chegue na lente da câmera.
Talvez você já tenha ouvido ou reparado que pessoas de olhos claros sofrem mais com esses reflexos. É verdade, mas não exatamente por causa da cor da íris, e sim porque elas também costumam ter menor concentração de melanina no corpo como um todo – inclusive no olho. Sem a melanina para absorver a luz, as chances de reflexo aumentam. E quanto aos animais, que freqüentemente exibem reflexos esverdeados em vez de vermelhos, não é que o sangue deles seja de outra cor, mas por causa das dimensões e pigmentos de seus olhos.




É tudo uma questão de ponto de vista


Imagine um triangulo cujos vértices estejam localizados no flash, na lente e no fundo do olho da pessoa a ser fotografada. Para a luz refletida atingir a lente, a ponta desse triângulo imaginário precisa “caber” na pupila do olho – aquele orifício escuro que se contrai quando olhamos para a luz e se dilata quando estamos em um ambiente escuro. Quanto mais dilatada a pupila, maiores as chances do flash produzir olhos vermelhos, pois o ângulo com que a luz consegue entrar e sair do olho aumenta.
É por isso que, em situações de pouca luminosidade (nas quais nossas pupilas se dilatam), a incidência de olhos vermelhos é maior. Isso explica, também, o funcionamento dos redutores de olhos vermelhos: a luz emitida pela câmera antes da captura, ao provocar a contração da pupila, reduz o ângulo em que o flash consegue atingir o olho e voltar para a lente.
A forma mais natural de evitar olhos vermelhos, no entanto, é deixar nossas pupilas em paz e mexer nos outros vértices do triângulo. Afinal, se diminuirmos seus ângulos, o ângulo do vértice que chega ao olho aumentará, eliminando o reflexo. E diminuir os outros ângulos é tão simples quanto aproximar a câmera da pessoa fotografada ou, se possível, afastar o flash da lente.
Já reparou que as câmeras mais avançadas costumam ter um flash do tipo pop-up, que se eleva acima do corpo da câmera quando é requisitado? É justamente para aumentar a distancia dele para a lente. Nas ultracompactas, por outro lado, as dimensões da câmera já são tão reduzidas que não há como afastar suficientemente o flash, o que faz com que elas sofram mais com olhos vermelhos.
Por fim, mesmo câmeras com flash externo, bem afastado da lente, podem ser afetadas pelo problema quando a foto é tirada de muito longe, pois a distância até o olho joga contra a separação do flash. Pior: como estes flashes costumam ter um alcance muito superior aos embutidos, seu uso a longa distancia, apontados para os olhos de alguém, praticamente garante os reflexos indesejados.





O que fazer na prática


No dia-a-dia, o que tudo isso quer dizer é que devemos evitar fotos com flash de pessoas olhando para a câmera em ambientes pouco iluminados, ficar o mais próximo possível delas (nada de zoom, portanto) e, se a câmera permitir, usar um flash externo mais distante da lente. Se o flash puder ser indireto, rebatido no teto ou difuso, melhor ainda.
Caso nada disso seja possível e a pessoa a ser fotografada estiver disposta a colaborar, sempre se pode pedir que ela olhe fixamente para alguma fonte de luz antes da foto ou que não olhe na direção da câmera. Se não, o jeito será apelar para as ferramentas de correção de olhos vermelhos, que reduzem a saturação desses tons e o brilho na região de cada olho. Ou então chutar o balde e fazer como na época do filme, em que algumas lojas de fotografia vendiam uma caneta hidrocor para você encobrir os reflexos já nas fotos impressas.


Diferença entre CMOS e CCD


O primeiro tipo de sensor, abreviatura de Charge Coupled Device, é disparado o mais comum em câmeras compactas. Seu rival, o Complementary Metal Oxide Semiconductor, está presente nas duas extremidades do mercado: webcams simplezinhas e câmeras de celulares, na base da pirâmide; e reflex profissionais e compactas superpremium, no topo. Mas como isso é possível?
Anos atrás, quando a fotografia digital começava a se disseminar, os sensores CMOS, de produção mais barata e resolução limitada, eram sinônimo de câmera popular. Raros eram os fabricantes de primeira linha – aquelas marcas que eu recomendo – que se arriscavam a usá-los em câmeras fotográficas, o que praticamente limitava os CMOS a webcams, pencams e cameretas de marcas esdrúxulas. Ainda hoje, podem ser encontrados nesse tipo de câmera, na maioria dos cameraphones e naquelas digitais infantis, normalmente gerando resultados de qualidade duvidosa.
Já os CCDs, então capazes de resoluções mais altas do que os CMOS do mesmo período e muito menos suscetíveis a ruído, ficaram tradicionalmente associados às câmeras “de verdade”. Suas únicas desvantagens, alem do custo, eram o maior consumo de energia e uma relativa lentidão na transferência da imagem para o processador da câmera – o que contribui para o chamado lag do visor.

CMOS



CCD




Só que, lá pelas tantas, fabricantes do peso de Canon e Kodak passaram a usar uma nova geração de CMOS em suas reflex topo-de-linha. E, como se pode imaginar, estes sensores não ficam devendo em nada para os rivais CCDs. Pelo contrário: já está mais do que provado que, para estas aplicações, a tecnologia CMOS proporciona mais qualidade a um custo de fabricação menor, e ainda gastando menos energia.

Ativo ou passivo?

Tecnicamente, a principal diferença entre CCD e CMOS é onde os sinais elétricos gerados em cada um dos milhões de fotodiodos responsáveis por capturar os fótons que compõem uma imagem são amplificados, convertidos e digitalizados. Nos CCDs, isso acontece fora do sensor propriamente dito, enquanto nos CMOS o processo se dá separadamente para cada pixel da imagem, bem no ponto do sensor em que ele é registrado.  Por conta dessa diferença, sensores CCD também são chamados de “passivos” e os CMOS, de “passivos”.
Em outras palavras, o CCD despeja uma enxurrada de sinais analógicos em um circuito externo, enquanto o CMOS trata cada pontinho da imagem e já envia tudo digitalizado para o processador da câmera. Por conta da maior complexidade, os CMOS inicialmente sofriam muito com a interferência de um componente no outro, o que provocava ruído. Sem falar que espremer tudo isso no espaço de cada pixel só era possível em sensores maiores, de menor densidade – não por acaso, aqueles usado nas câmeras reflex.
Há cerca de um ano, com o advento dos sensores retroiluminados que mencionamos na coluna sobre ruído, estes CMOS de última geração começaram a marcar presença em uma variedade maior de câmeras compactas. Neles, o problema do espaço foi resolvido virando o sensor de cabeça para baixo, de modo que os componentes adicionais fiquem na superfície oposta à responsável pela captura da imagem, diminuindo a interferência.
Mas se os sensores CMOS são tão mais complexos do que os CCDs, por que eu escrevi mais de uma vez que o seu custo de fabricação é menor? Em parte, porque CMOS é, na verdade, uma referencia à tecnologia usada não só na construção destes sensores, mas na de microprocessadores, controladores, alguns tipos de memória e vários outros componentes. A conseqüência disso, existem muito mais linhas de fabricação de CMOS do que de CCD no mundo, beneficiando os sensores com a economia de escala. E a gente, é claro, agradece!