Falar sobre câmeras fantásticas ou técnicas inovadoras de edição de imagem pode ser divertido, mas algumas das lições mais importantes no mundo da fotografia não envolvem praticamente tecnologia nenhuma. Hoje vamos falar sobre as mais básicas e comuns regras de composição fotográfica: se você dominá-las, conseguirá transformar uma simples foto casual em algo maior e muito mais atraente. E elas são tão simples que mesmo o mais iniciante entre os fotógrafos pode seguí-las.
Siga a “regra dos terços”
Muitas pessoas podem já ter alguma familiaridade com essa regra, já que ela é simplesmente onipresente: todos os filmes e programas de TV fazem uso constante dela, e também os fotógrafos profissionais sem exceção. Em resumo, a regra diz que suas fotos serão mais interessantes se o assunto principal não estiver no centro da imagem, mas sim fora dele: à direita, à esquerda, acima ou abaixo.
Para entendê-la, imagine duas linhas verticais cruzando a imagem, dividindo-a em três partes iguais. Imagine também duas linhas horizontais. Com isso ela irá se parecer com um tabuleiro de jogo da velha, como abaixo:
Divida mentalmente a imagem em "terços", e evite colocar o assunto no centro
O segredo está em posicionar o assunto principal da foto em qualquer um dos pontos de intersecção das linhas, ou ao longo de uma delas, como os pássaros na foto abaixo. E se você tem uma câmera moderna, talvez nem precise imaginar as linhas: a maioria tem uma opção para exibir na tela uma “grade”, que são justamente as linhas-guia usadas na regra dos terços. Consulte o manual da sua.
Tire proveito das diagonais.
Mais um truque usando linhas: se você quiser adicionar um ar dramático à sua foto, procure uma forma de incluir uma linha diagonal. Trace mentalmente uma linha de um canto ao outro da cena, e procure algum elemento que siga mais ou menos ela. Isto deixará sua foto mais dinâmica e adicionará energia à cena, como se estivesse “puxando” o observador para dentro dela. A diagonal pode atravessar a imagem inteira, mas isso não é necessário. O mesmo efeito pode ser obtido com uma diagonal parcial, como abaixo:
A diagonal (marcada em laranja) deixa a imagem mais dinâmica
Quebre a monotonia
Esta é divertida: você sem dúvida já viu fotos em que a maior parte da cena está preenchida com mais ou menos a mesma coisa: um campo gramado, uma pilha de moedas, pedras, peixes ou estrelas no céu. Estas fotos seriam realmente monótonas se isso fosse tudo, mas geralmente o fotógrafo incorpora à cena um elemento “fora do lugar” que atrai seu olhar como um imã. Tendo isto em mente, a regra diz que você deve procurar cenas em sua maioria uniformes, e então quebrar o padrão com um elemento que perturbe seu fluxo ou organização naturais.
As flores no meio das lápides |
Procure a simetria, e então perturbe-a
Regras foram feitas para serem quebradas. A regra da simetria visa capturar a simetria encontrada na natureza, e há várias formas de fazer isso. Você pode fotografar uma cena em que as duas metades da foto são basicamente idênticas, por exemplo. Ou fazer uma foto de um objeto que já é naturalmente simétrico, como uma flor.
Mas as coisas ficam melhores quando você incorpora à regra o que aprendeu sobre monotonia e decide “apimentar” a cena com algumas variações. Surpreenda o espectador tornando um lado da imagem não-simétrico ou, como neste exemplo, perturbe a simetria de uma flor colocando apenas parte dela na cena.
Fotografe apenas parte de uma flor para quebrar a simetria e chamar a atenção
Posicione o movimento “dentro” do quadro
Uma das coisas que mais gosto de fotografar são cenas em movimento. Gosto de capturar a essência da velocidade e energia no que é por definição uma forma de arte estática. Mas é importante saber como introduzir movimento em sua foto. Ao fotografar um carro em movimento, um avião, um bando de pássaros ou um cachorro correndo, faça com que o movimento aponte para “dentro” da cena, e não para fora dela.
Trocando em miúdos: coloque o objeto fotografado nas extremidades da cena (no primeiro ou último terço, por exemplo) e apontando para o centro do quadro, dando “espaço” para o movimento. Veja o exemplo abaixo.
O cavalo está em uma das extremidades, e se move rumo ao "centro" do quadro
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