A forma mais simples de obtê-los é deixar a câmera parada, idealmente em um tripé, enquanto o objeto a ser fotografado se move à sua frente. A velocidade vai depender da situação: quanto mais rápido o movimento que se deseja capturar, menos será preciso diminuir a velocidade.
Mas existe uma outra forma bem mais divertida, ainda que muito mais difícil, de capturar movimento: o panning. Neste caso, em vez de manter a câmera fixa, você terá que movê-la para acompanhar a passagem do sujeito da foto. O resultado, quando o panning é bem feito, será um sujeito nítido sobre um fundo borrado, geralmente com linhas na direção do movimento. Sabe aquelas fotos de corridas de automóveis, em que só o carro parece estar em foco? São ótimos exemplos de panning.
Para nós, amadores, o segredo do panning é ter muita paciência. Para capturar as duas imagens que ilustram esta coluna (e que estão longe de estarem perfeitas), eu devo ter tirado quase cem fotos. Na maioria delas, ou a imagem está totalmente borrada, ou sequer consegui enquadrar o sujeito da foto. Ainda bem que a fotografia digital acabou com os limites da tentativa e erro.
Algumas dicas que ajudam são usar o foco manual, quando disponível, pré-ajustado para o ponto onde o sujeito vai passar, colocar a câmera no modo de disparo contínuo e começar a acompanhar o objeto a ser fotografado algum tempo antes de ele passar por você, para o movimento da câmera ser mais contínuo. Dependendo de quantas fotos a sua câmera conseguir capturar em sequência, pode “largar o dedo” desde o início do movimento ou esperar o sujeito chegar mais perto.
Se você não tive um amigo disposto a passar pedalando na sua frente dezenas de vezes, uma boa forma de treinar o panning é ir para uma rua relativamente movimentada e ficar fotografando os carros que passam. Ou, melhor ainda, ir a um parque de diversões e ficar ao lado de qualquer brinquedo que tenha movimentos contínuos, como um carrossel.
Como diminuir a velocidade
Um obstáculo para quem quer experimentar fotografar em baixa velocidade é que a maioria das câmeras mais simples não oferece ajustes manuais. Mesmo assim, às vezes dá para improvisar. Se a câmera tiver ajuste de sensibilidade (ISO), que normalmente fica no modo automático, trate de colocá-lo no menor valor possível – geralmente ISO 100 ou inferior. Com menor sensibilidade à luz, a câmera será obrigada a diminuir a velocidade.
É bom lembrar que essa dica vale também para as câmeras com modo manual, pois em ambientes muito iluminados pode não ser possível reduzir a velocidade o suficiente sem superexpor (ou “estourar”, como se diz no meio) a foto. E como fotos estouradas têm muito menos informação do que as subesxpostas, que às vezes até dá para recuperar no computador, é preciso evitar o problema na hora da captura.
Se, mesmo com ISO e abertura no mínimo, a cena continuar clara demais para a velocidade que você quer usar, a solução pode ser um filtro de densidade neutra (ND). Algumas câmeras avançadas até oferecem este recurso digitalmente, mas o mais comum são mesmo os filtros tradicionais, atarrachados à frente da lente. Entre outras coisas, são ótimos para fotografar cachoeiras, dando aquele efeito de “véu” mesmo em paisagens bem iluminadas.
FONTE: techtudo.com.br